mercredi 16 octobre 2019

Inez na floresta .
(fogo) 2019


A morte chama a morte

A Inez, é um fantasma menor neste épico combate pelo nome inscrito na História. Coroada de luz, é amada , louvada depois de morta. Desenterrada e proclamada rainha em corpo já corrompido, será exposta à corte velada e escura. Pedro vai arrancá-la à terra, num acto violador do eterno sono. Esta profanação é a prova da sua culpabilidade. Enquanto viva, Inez, amante do infante, mãe de três filhos, foi considerada uma ameaça política e não como sua esposa e Rainha.

Inez caiu na morte!
Poetas e escritore.as, no encanto de lhe pudermos literariamente mudar-lhe o destino, continuamos exaltando a decisão amorosa do gesto « Face à Face Até ao Fim do Mundo « . Sabemos que foi só bem mais tarde que estes amantes se fizeram face, uns passos mais e se tocam nas pedras. Mas assim ficaram os amantes desunidos. Esse espaço entre eles é insuperável e tenho  recados a escrever nele, pedras e mármores a escutar.
Não me culpem a mim de ler entre as linhas que os homens escrevem, de gostar de remendar o tapete. A minha proposta artística é de querer emendar 
o lirismo e de bordar a fio vermelho, umas questões de justiça.
Moldados os destinos nesta história de paixão amorosa e de crime, o mito encenou-lhes um possível final de ressurgimento e perdão.
Então, assim seja.


lidia martinez, julho 2019.













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