samedi 16 mars 2019

#moncouloir

                                 R A I N H A



                                         R E N A R D








                                   COMER A TERRA, COMER A MORTE!


O mito é o que eu posso ser com ela, é só isso.
Viver-te Inez, custa menos do que a vida.
Sou uma mulher com uma mancha no rosto,
qualquer coisa de férreo.
Seca como pele ao sol.
Mantenho-te quente nas minhas mãos.
Sustento este vício de ser Rainha 
em queda oblíqua, vou desviando o pé.
Algures, revivo a cena inesiana…
No fresco rumor da literatura,
caminho no seu rastro.
Entro num nevoeiro cheio de riscos.
Eu, ela…debruçamo-nos para a Fonte 
e eu bebo-a. Adio a morte e refresco a paixão.
Frente a frente, num coração comum,
espreguiço-me até vós, como adormecida. 
Cicatrizo vazios. Escorrego pela tua mão 
e mando recados aos amigos, 
mas a tua melancolia acontece a toda à hora. 
Nesta aurora suspeita, neste mundo desconhecido, 
oiço o cão a ladrar dentro cá dentro…
sei que ele me procura o pescoço.
Mas eu sou maior que ele, o devorador de rostos. 
EU COMO A MORTE!
Espero por ti pela noite fora.
Cuspo nos dedos, oiço este marcante silêncio
atravessar os muros.
Dobro a ultima carta de amor.
Liberto um nó.
Fico em compasso de espera.
APONTA-ME!                             

Inez, Paris 2016








recados da inez a pedro, paris 2018


Céramiques d'Inez et des animaux qui la suivent...


Carta de amor

Ô père du vent souffle sur ma peine,
sur la pourpre désolée de mes lèvres.
Je sens déjà le benjoin, la myrrhe et le nard,
ils embaument tes cheveux.
Ma belle amante, ma toute petite, mon âme amère,
il est tard, il est déjà trop tard.
Suis l’étoile… nous sommes si faibles,
l’un est le lieu de l’autre.
Mon dernier cri est pour toi.

Inez, sur ta tombe, pour toi, la rose se plie
de beauté et de velours rouge.
Adieu ma colombe, ce cœur toujours battant, 
encastré dans sa carcasse de fers et d’os,
ne libère encore que ma peine.
Creusée en dentelles et  dans le marbre,
Reste ma seule force armée d’un bras de glace.
Seule ma vengeance aura fi de ce malheur.

Ton Pedro. 

Paris, 2010.










recados de pedro a inez deixados em paris, au hasard

                       recados de pedro a inez deixados em paris, au hasard


















                                                recados de pedro a inez